Por Paulo César Araújo
As ecovilas, as ecoaldeias, os ecobairros, as ecocidades são uma alternativa para superar a sociedade do consumo que colapsou.
Os ativistas que já fizeram transição para viverem em ecovilas, ecoaldeias, nas cidades em transição, nas comunidades intencionais, dizem que cresceu nesses últimos dias, com a pandemia, a procura pela vida em comunidade. Dizem que existe uma eminente desurbanização dos grandes centros urbanos, um movimento de volta às pequenas vilas, ao meio rural, uma fuga da depressão, do "mundo normal", que tomou conta dos centros urbanos, do estilo de vida de consumo infinito, do desemprego crescente, e suas consequências, com o recrudescimento da violência em todo os sentidos. Esse movimento súbito de procura pelas ecovilas, ecoaldeias, colocou as organizações que as representam em movimento. A GEN | Global Ecovilage NetWork | é o Movimento Internacional da Rede Global de Ecovilas | A Casa Latina | o Conselho de Assentamentos Sustentáveis | é o elo na América Lantina | e a Casa Brasil | é o elo no Brasil. E que nesse momento está num processo de reorganização, após o seu último encontro nacional, em 2017 em Alto Paraíso |GO. O movimento de comunidades alternativas não é novo, ele remonta dos anos 60, do movimento hippie, nessa trajetória, já teve altos e baixos. Eles são precursores da luta ambiental, ecológica e da cultura de paz. Muita coisa mudou desde então. Os humanos pioneiros que intencionalmente se submeteram a viver uma vida "fora do sistema", desenvolveram nesse período
várias tecnologias sociais, desde cuidar das emoções, dos conflitos, das relações quando estão em grupo, como a Metodologia do Förum Zeeg. A sociocracia, a tomada de decisão por consentimento, o Dragon Dreaming , desing colaborarivo de projetos, a CNV -Comunicação Não Violenta são algumas das inúmeras ferramentas sociais. São as metodologias colaborativas que dão suporte para dar resiliência às ecovilas, ecoaldeias, à vida em comunidade ou a qualquer organização que deseja criar uma cultura mais colaborativa. Outros saberes ancestrais, indígenas, como o bastão da palavra, as reuniões em círculo em volta do fogo, os rituais andinos da busca da visão, o bem viver também foram incorporados às práticas dos movimentos de ecovilas e ecoaldeias. Além da bioconstrução, permacultura, agrofloresta, agricultura orgânica, agricultura sintrópica, e outras práticas de produção de alimentos saudaveis, o biorregionalismo e o design de culturas regenerativas. Na economia, as práticas do cooperativismo, da economia solidária, a economia do bem comum, as moedas sociais, comunitárias, o banco do tempo, o money pille, as feiras de trocas, o consumo consciente local, os CSA - Comunidades que Sustentam a Agricutura, são outras experiências de arranjos econômicos que dão sustenbilidade econômica às ecovilas. Este conjunto de conhecimentos pode ser acessado pelo programa da Educação Gaia e outros programa, que introduzem os que sonham fazer a transição para um vida mais sustentável, programas que trabalham as dimensões sociais, econômicas, ecológicas e a visão de mundo, o proposíto maior de uma ecovila, uma ecoaldeia. Nessa última dimensão, estão as motivações para se viver numa comunidade, "a liga", a razão de viver juntos. Existe uma diversidade de motivações e modelos de arranjos de vida intencional, desde a ecovila tradicional em contato com a natureza, quando um grupo de amigos compram uma terra para viver juntos e constroem suas casas, aos que se juntam por razões espirituais, ecológicas e afinidades diversas.
Nesse tempo, o conceito de vida intencional evoluiu para além do modelo de ecovila, ecoaldeias "clássicas". Hoje existe uma diversidade de modelos dos coliving aos cohousing, experiências que vão mais além de "rachar o aluguel", o conceito de comunidades intencionais se diversificam, sem falar das comunidades colaborativas ancestrais, o tribalismo, as aldeias indígenas, os quilombos, as vilas ribeirinhas que estão também debaixo desse guarda chuva dos "assentamentos humanos sustentáveis". O movimento hoje se encontra mais maduro, já não criam ilusões e falsas expectativas. A vida em comunidade intencional, segundo Scott Peck, ela tem as suas fases. A pseuda comunidade; A fase romântica; A fase do caos; A fase do esvaziamento, até chegar finalmente à comunidade autêntica, quando os seus integrantes "já comeram um saco de sal juntos", como diz o ditado popular. É quando se descobre que " só de longe todo mundo é normal", e que o convívio coletivo é uma construção diária, igual a uma relação a dois. Não há uma fórmula mágica para a resiliência de uma ecovila |ecoaldeia, mas se você for considerar viver numa, para diminuir os riscos, os iniciantes de hoje já contam com a experiência dos pioneiros, que vieram na frente abrindo caminho. E muitas ecovilas | ecoaldeias ofertam seus serviços de mentoria, consultoria e incubação. No último dia 5 de julho (foto), a Casa Brasil, uma das iniciativas de organizar a rede de ecovilas do país, retomou suas articulações para apoiar os que consideram a vida intencional como uma saída ao colapso do sistema, um colapso que já vinha sendo esperado há muito tempo devido ao modelo de vida insustentável na maioria dos países pelo mundo.
Um dos projetos é o Projeto Casas de Gaia | a Jornada de Gaia. O diferencial dessa proposta em construção é criar um modelo de negócio social, que visa proporcionar aos interessados viver numa comunidade intencional, primeiro experiênciar, antes de decidir onde ancorar a sua vida numa terra. O projeto que pretende oferecer os serviços a partir do início do ano que vem, e está cadastrando @s buscad@res [ quem deseja viver a experiência ] e @s guardiães [ os projetos de ecovilas | ecoaldeias iniciantes ou já construídos ] que possam ter uma Casa de Gaia para se viver a Jornada de Gaia, que é um design de vida-aprendizagem, em construção. Viva a Sociedade Alternativa! + Informações Grupo no Telegram Casas de Gaia | construindo ecoaldeias pelo mundo | Projeto Casas de Gaia | EcoAldeias estamos juntando por aqui nesse grupo pessoas interessadas em co-criar juntos um projeto de construção de EcoAldeias pelo Brasil ou mundo | O projeto está juntando pessoas interessadas em viver em comunidade. https://t.me/casasdegaiaecoaldeias e-mail: casasdegaiaecoaldeias@gmail.com (61) 99986-0094
(*) Paulo César Araújo | Lobo do Cerrado, Ativista do Movimento pela Grande Virada, facilitador de metodologias colaborativas, Participou do ECCO 2017, do Círculo de Educação, onde co-criou a Mandala da Vida Intencional | atualmente é um dos sonhadores do projeto Casas de Gaia.
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